O projeto Quintais da Cultura Popular Cuiabana foi uma imersão no mundo mágico dos quintais de Cuiabá, com a prática de saberes, ofícios e celebrações da cultura popular de “tchapa e cruz”, seja com a religiosidade, atividade recreativa ou socioeconômica. Foi a primeira e grande ação realizada em 2021, durante a pandemia, em nove meses de trabalho, com 10 potentes Quintais das regiões urbana e rural da capital mato-grossense, com o   objetivo de realizar um mapeamento para diagnosticar e inventariar esses espaços.

Começou por São Gonçalo Beira Rio (24.04), em quintais vizinhos: das ceramistas dona Julia Rodrigues e de sua irmã Cleide Rodrigues; O terceiro foi o espaço que desenvolve o Siriri, pelo Grupo Voa Tuiuiú, no bairro Itapajé; O quarto quintal foi do Grupo Flor Serrana, de Siriri, Cururu e Reza Cantada, localizado em Aricazinho, na Zona Rural de Cuiabá; A jornada do quinto quintal foi na famosa dona Domingas, onde funciona um Ponto de Cultura, a Associação e o Grupo Flor Ribeirinha, em São Gonçalo Beira Rio; O quintal do Grupo Coração Tradição Franciscano foi o sexto visitado, localizado no bairro São Francisco, o mais antigo da região do Coxipó;

O sétimo quintal preserva a cultura das matrizes africanas: a Associação Religiosa e Cultural Afro Brasileira, espaço ILÉ ÀṢẸ EGBE KÉTU ỌMỌ ÒRÌSÀ ODẸ, do babalawô ifálanã George Barajak, no bairro CPA 3, região Norte da cidade. O oitavo foi o quintal do Grupo Flor do Campo, localizado no bairro Parque Ohara. O nono foi dos cururueiros da Associação do Grupo Cururu Tradição Cuiabana do Coxipó, que atende mestres da região do Coxipó e alguns de Várzea Grande. E encerrou na histórica Casa de Bem Bem, localizada no Centro Histórico de Cuiabá, na rua Barão de Melgaço.

A proposta foi criar e fortalecer uma rede dos quintais, com políticas públicas para o segmento, para que tenham ações que promovam a manutenção e sustentabilidade dos quintais, além de divulgar e reconhecê-los como território criativo. Também objetivou reativar quintais sem atividade e estimular a participação da comunidade, sobretudo os mais jovens, realizando ações de formação e engajamento. Foram realizadas lives e um Fórum ao final de tudo, com a consultoria do arquiteto e urbanista, Éraldi Peterson, de Salvador (BA), para que os gestores desses quintais saíssem de lá com os seus modelos de negócios definidos e o poder  público com o diagnóstico desses espaços.

É um dos cases de sucesso do Instituto INCA, tal como o Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá, patrocinado pelo Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (SECEL-MT), via emenda parlamentar do deputado estadual Dilmar Dal Bosco, no valor de R$ 400 mil, com o apoio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e da  Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e parceria do grupo Caleidoscópio da UFMT.