Serão 4 dias de programação, com direito a comida gratuita: chá com bolo, almoço, jantar, feijoada, apresentação de Cururueiros, Siriri, e bailão com Lambadão, Rasqueado e Pagode
Por Beatriz Saturnino – Da Assessoria de Imprensa
A novidade dos 78 anos da tradicional Festa de São Sebastião e Nossa Senhora Aparecida é o novo local dos quatro dias de festividade: pela primeira vez será realizada no Centro Cultural São Gonçalo Beira Rio, localizado no berço da cuiabania. E começa nesta sexta-feira (24.01), com o levantamento de mastro, reza cantada, jantar gratuito e o show dos curureiros. Dona Matilde e o esposo Daniel convidam para a programação gratuita, com chá com bolo no sábado (25), missa e bailão com banda, além das atrações Lambadão dos Federais, Banda Scort Som, Real Som, Banda Mega Som, Os Bacanas, Banda Novo Sucesso, Banda Ellus, Embalo Sim e Grupo Pagode Silva, apresentações culturais dos Grupos Flor Serrana e Flor do Campo entres os dias 24 e 27 de janeiro, no domingo entrada franca até às 13h, e encerra com a famosa feijoada.
Todos os anos a festa de tradição e muita fé é realizada no Quintal Flor do Campo, localizado na avenida Tapirapés, quadra 05, casa 04, esquina com a rua dos Pardais, no bairro Parque Ohara, em Cuiabá. Devido o aumento de público alterou para o Centro Cultural São Gonçalo Beira Rio, onde é esperado 1.500 pessoas por dia.
Dona Matilde e o esposo Daniel Silva, do grupo Flor do Campo, convidam a população cuiabana para o evento, que terá o cardápio servido gratuito todos os dias, além de muito Lambadão, Rasqueado, Siriri e Pagode, ao vivo.
A Associação Flor do Campo é um grupo familiar, comandado por dona Matilde, composto por 12 pares para o Siriri, cinco tocadores e cinco mulheres no backing vocal, que há 42 anos dançam, cantam e tocam, fazendo a batida da saia, o gingado do corpo e o pisado tradicional apoteótico! É uma entidade civil, com natureza associativa sem fins lucrativos que atua no segmento da cultura popular, tornando-se um dos Grupos mais tradicionais de Cuiabá.
“A raiz não pode ser deixada de lado para se fazer o bom Siriri!” Esse é o lema do Flor do Campo, cuja identidade é a dança, com fé e devoção, principalmente a São Sebastião, que é o grande motivo da festa.
A HISTÓRIA DA FESTA
“Meu sogro que começou essa festa. Ele teve a doença chamada ‘fogo selvagem’ e foi para Campo Grande (MS) enrolado em folhas de bananeira, muito mal. Um dia ele se sentou embaixo de uma árvore, atrás do hospital, e disse: - Oh, meu São Sebastião, se vós me curar eu vou trocar de santo e fazer uma festa todo ano à São Sebastião. Não foi nem 15 dias e ele se curou. Ficou com o corpo limpo e nem parecia que ele tinha tido a doença”, conta dona Matilde.
E assim começou a festa, há 78 anos, no bairro São Francisco, no “Quebra Pote”, onde foi realizada por muitos anos. Já no leito de morte de Narciso Sampaio reuniu os filhos e pediu que todos dessem continuidade, pois era o santo padroeiro da família deles.
Quem deu continuidade após a morte do sogro foi o pai de Matilde, o senhor Leocardio da Silva, por 20 anos. “Aí meu pai faleceu e ficou eu e o meu marido fazendo essa festa”. Isso já tem uns 21 anos no comando do casal Silva.
Fizeram por cinco anos fora do quintal, até decidirem fazer no próprio espaço, em casa, onde também é sede do Flor do Campo, com a cozinha no fundo dela.
São Sebastião é o padroeiro do grupo Flor do Campo e Nossa Senhora Aparecida, do Flor do Jardim, que é o grupo de Siriri infantil da família. Por isso, o nome dos dois na festa.
A 78ª edição da Festa de São Sebastião e Nossa Senhora Aparecida é uma realização do Instituto INCA-Inclusão, Cidadania e Ação, com patrocínio do deputado Wilson Santos, e apoio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
O GRUPO FLOR DO CAMPO
"O Siriri mexe com a gente, é no batuque do tambor que dá movimento, isso é ancestral, por isso precisamos manter, porque é tão difícil continuar a lutar pela tradição", ressalta Matilde.
Após o quintal de dona Matilde ter sido inventariado como um dos 10 quintais que salvaguardam a cultura popular cuiabana, no projeto Quintais da Cultura Popular Cuiabana (feito durante a pandemia), também foi sinalizado pelo Instituto INCA como uma comunidade quilombola urbana, em Cuiabá, por meio das ações do projeto Ponto de Cultura INCA. Eles tiveram mentoria para que o grupo chegasse a esse entendimento, com a ideia de fortalecer o grupo e mudar a realidade de sua situação social, em Educação e Renda, e fazer avançar em seus sonhos, além da cultura popular regional que já conhecem e sabem fazer.
O Flor do Campo tem até um EP lançado (no dia 23 de agosto de 2024), com sete músicas da cultura popular mato-grossense, de autoria de vários compositores do grupo, e está disponível em todas as plataformas digitais, como Spotfy, Instagram, entre outros.
SERVIÇO
Mais informações no Instagram @flordocampo_siriri. Ou pelos telefones (65) 99328-7753 e (65) 99308-2660.