PROSA / BENÇA VÓ-Repleto de momentos apoteóticos


Por Lorenzo Falcão - Tyrannus Melancholicus

"Bença Vó" é espetáculo que grita aos olhos. Um musical que tem história pra narrar e sabe como fazê-lo. Daquelas coisas pra deixar a cuiabanada "tocera", antiga expressão quase em desuso destas bandas, que pode ser sinonimizada como mistura de orgulhoso e metido. Sim, vai um bocado de bairrismo neste texto.

E já vou logo evocando a célebre frase de Leon Tolstói: "Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia". Isso tem a ver com as premiações mundiais que o Flor Ribeirinha conquistou em eventos globais de dança folclórica em países como Coreia do Sul, Bulgária, Polônia e Turquia.
 
Mas "Bença Vó" apresentado no Quintal da Domingas, homenageando a criadora do grupo - Domingas Leonor da Silva, no bairro São Gonçalo Beira Rio, localidade histórica de Cuiabá... é outro papo. É show, emoção pura que provoca lágrimas. O fator principal, ao qual atribuo essa performance grandiosa vem, principalmente, da entrega de suas dançarinas e dançarinos, que dominam com rigor a técnica dos movimentos e sempre com uma simpatia contagiante. Mostram-se sorridentes e felizes, felizes por estarem no palco executando aquilo para o qual parecem ter nascido: dançar.
 
Chato que sou, fiquei temeroso de ir assistir. Coisa ruim pra quem pouco sai de casa é presenciar... e não gostar. Tinha receio de como seria o transcorrer da apresentação, que reuniu um grande número de artistas, além do já numeroso grupo que é o Flor Ribeirinha. É, no mínimo, arriscado, um espetáculo assim com tanta gente - acredito que quase duzentas pessoas se revezando e/ou se juntando ao longo das mais de vinte cenas que se intercalaram

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