O primeiro filme que me emocionou na vida eu tinha 3 anos de idade. A Ilha dos Delfins Azuis. É a história de uma menina indígena norte-americana abandonada numa ilha protegida por um cão. Foi a minha mãe, Ivonete de Oliveira Borges, que me levou à matinê, no Cine Teatro Cuiabá, como sempre fazia. Ano de 1964.
Eu era tão pequeno que não tenho memória da primeira vez que entrei em uma sala de cinema.
Além de me levar para ver as sessões infantis de domingo, mamãe também comentava sobre as emoções causadas, declinava os nomes das atrizes, dos atores, dos diretores. Portanto, é a grande responsável por essa minha paixão e por esse meu amor pelo cinema.
Minha mãe ainda ama cinema, tem 81 anos, e se dedica a sua outra grande paixão, meu pai. Inclusive esse casal daria um lindo filme.
Fui crescendo e tomando gosto por cinema, por produção cultural. Ao longo da minha carreira, já entreguei 4 filmes como diretor e roteirista e 3 como produtor. Uma batalha grande pela Sétima Arte, especialmente por viver em um estado periférico como Mato Grosso, em que os incentivos são bem eventuais e poucos, varia de governo para governo, mas a gente persiste.
Pedras no caminho usamos como escada e vibramos a cada conquista.
Agora mesmo estamos felizes demais com a retomada do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá presencialmente. É a 21ª edição. A última presencial foi em 2014 e virtual em 2020 realizada em plena pandemia de Covid-19.
De 22 a 28 de outubro, o festival trará à Cuiabá sua homenageada maior, a diva Dira Paes, uma atriz extraordinária revelada aqui, neste festival, e que, com seu talento, hoje ocupa cadeira de estrela nas artes cênicas no país e - por que não dizer - no mundo. Com tudo tão instantâneo, através do cinema viajamos os continentes.
As inscrições do 21º Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá estão abertas até 6 de agosto. Gratuitas, assim como as exibições.
O troféu Coxiponés é o prêmio que os vencedores irão receber, mas tem também premiação em dinheiro.
Quando as luzes se apagam e a tela se ilumina, o cinema acontece, proporcionando empatia, pertencimento, emoções. Em seu bojo, cinema também gera emprego e movimenta o turismo.
Todos e todas estão convidados para participar desse evento de grande relevância e que coloca Cuiabá entre os pontos de cultura cinematográfica no país. Parabéns Cuiabá e parabéns a todos os bravos guerreiros e guerreiras que produzem cinema, apesar das adversidades.
*Luiz Borges é cineasta e produtor do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá.